Título: Círculo (Cirkeln)
Direção: Levan Akin
Ano de Lançamento: 2015
Gênero: Drama, Fantasia, Mistério, Thriller
Elenco: Gustav Lindh, Hanna Asp, Helena Engström, Irma von Platen, Josefin Asplund, Leona Axelsen, Miranda Frydman e Sverrir Gudnason
Tempo de duração: 2h e 24 minutos
Sinopse:
Uma
noite, sob uma lua vermelha, seis adolescentes são atraídas a um parque
abandonado por uma força misteriosa. Ao chegar, elas descobrem que
foram convocadas para cumprir uma antiga profecia que poderá salvar o
mundo. Elas devem aprender a trabalhar em conjunto, apesar de suas
diferenças, para controlar os poderes mágicos que ganharam vida dentro
de si. Círculo retrata um mundo paralelo no qual sonhos, pais chatos,
bullying, vingança e amor colidem com as perigosas forças do misticismo.
Opinião:
Aproveitando a proximidade do Halloween, trago a opinião de um filme sobrenatural do gênero thriller, que pode - ou não - ser um indicação para a data. O filme Cirkeln (tradução: Círculo) é uma
produção sueca baseada no livro homônimo de Mats Strandberg e Sara
Bergmark Elfgren – os quais participaram do roteiro e produção do filme
-, publicado no Brasil em 2013 pela Editora Intrínseca.
A história gira em torno de adolescentes
da pequena cidade industrial Elgelsfors que começam a desenvolver
estranhas habilidades. Entre eles está o estranho Elias, que, um dia, é chamado à sala de
diretora e, logo em seguida se suicida. Embora triste, a morte do jovem
não choca os colegas da escola, em virtude dos problemas com drogas
e depressão enfrentados por Elias, que sofria bullying de seus colegas.
Mas Línnea, sua melhor amiga, sabe que há algo por trás da versão da
polícia. Ela acreditava na recuperação de Elias e seria capaz de
qualquer coisa para vingar sua morte, até se unir com adolescentes que
despreza.
Anna Karin, Ida, Línnea, Minoo, Rebecka e
Vanessa foram afetadas, cada uma à sua forma, pela morte de Elias, mas
seguiriam com sua vida – e seus problemas. Anna-Karin continuaria
enfrentando os problemas com uma mãe depressiva e com o bullying de seus
colegas em razão de sua aparência e hábitos. Ida continuaria sendo a
bela e popular adolescente que adora rir de seus colegas, escondendo a
paixão que nutre pelo namorado de Rebecka. Línnea tentaria superar a
morte do melhor amigo e os problemas com a família da qual fugiu. Minoo
continuaria a ser a boa aluna e filha perfeita, sem amigos, que nutre
uma paixão secreta pelo professor. Rebecka continuaria a enfrentar seus
problemas com anorexia e baixa auto-estima, contando com a ajuda de seu
adorado namorado. E Vanessa continuaria a ser a filha problemática, que
mantém um namoro com um jovem detestado por sua mãe e uma relação de
ódio com seu padrasto.
Tudo isto aconteceria se elas não
tivessem sido as únicas a enxergar aquela lua vermelha no céu de
Engelsfors. Guiadas por uma força inexplicável, as seis são levadas a um
parque de diversão abandonado e descobrem que, conforme uma profecia,
ela são as escolhidas – bruxas destinadas a lutar com demônios e salvar a
dimensão em que vivem. O problema é que elas terão que superar as
desavenças e seus próprios problemas antes que mais uma delas morra
pelas garras da força maligna que assombra, sobretudo, a escola que
frequentam.
Infelizmente, não tenho como avaliar o
filme sem compará-lo ao livro, pois apenas assisti a ele em razão de ter
gostado bastante da leitura. No geral, é uma adaptação fiel. Várias
cenas são bem parecidas com as do livro, talvez em virtude da
participação dos autores na produção. Todavia, embora altere pouco
história, o filme deixa de abordar vários acontecimentos do livro, o que
leva a uma história rasa e cheia de lacunas. Alguns dos pontos mais
interessantes e importantes foram deixados de lado, tais como a
indicação da possibilidade de uma relação homoafetiva entre duas das
protagonistas e o relacionamento de Minoo e seu professor – o que foi
uma grande falha, pois é uma história essencial à compreensão do que
acontece com a personagem e suas companheiras, tendo sido resumida a uma
cena somente.
Os sentimentos de algumas personagens também deixaram de
ser abordados, ou, se o foram, foram de forma tão sutil que foi quase
imperceptível, como a sensação de inutilidade de Minoo – a personagem de
que mais gosto – diante dos poderes das outras, a vontade de Rebecka de
unir o círculo e as suas inseguranças, e os ciúmes de Vanessa em relação
a Línnea, ex-namorada de seu namorado. Ainda, personagens com destaque
no livro foram suprimidos – para quem leu, falo do zelador cuja única
memória é a de que deve auxiliar as escolhidas. Eu compreendo que não
haja tempo para mencionar todos os detalhes de uma história. Porém, o
filme acabou por se tornar sem graça e compreensível somente àqueles que
leram o livro.
Os efeitos não são os melhores, mas temos
que levar em conta que não se trata de uma produção de Hollywood.
Quanto às atuações, existem críticas, mas, no geral, achei que as
atrizes incorporaram bem suas personagens, tendo sido bem fiéis às suas
descrições. Achei positivo que algumas delas ganharam mais destaque do
que possuem no primeiro livro – como é o caso da atriz que interpreta
Ida.
Fico em dúvida se recomendaria que vissem
o filme antes de ler o livro. É comum que as pessoas gostem mais das
adaptações antes de ler a obra original. Porém, neste caso, a ausência a
leitura pode levar a uma menor apreciação da produção, pois detalhes
não serão compreendidos ou passarão despercebidos, e a essência da obra
se perderá. O livro é muito bom – com falhas, lógico, mas bastante
instigante, sobretudo quanto à história da personagem Minoo. Havia
boatos de que o segundo livro da trilogia seria lançado no primeiro
semestre de 2015. Porém, não houve mais notícias. Quanto a uma continuação do
filme, não creio que haverá, embora a hipótese seja boa, pois explicaria
várias lacunas, e apesar de a última cena ter sido idêntica a do livro,
abrindo margens a um segundo filme.
De todo modo, vale a pena conhecer a obra para quem gosta de filmes do gênero.




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