Resenha Dupla: Limites da Fundação + Fundação e Terra
Título: Limites da Fundação; Fundação e Terra
Autor: Isaac Asimov
Editora: Aleph
Páginas: 405; 461
Onde comprar: Limites da fundação; Fundação e Terra
Sinopse: Limites da Fundação Após quinhentos anos, o plano de Hari Seldon parece seguir seu objetivo sem maiores problemas. De fato, a Fundação agora é a capital de um império que domina metade dos mundos conhecidos. Existe, no entanto, quem duvide da calmaria e do bom encaminhamento do plano, a ponto de acreditar que a Segunda Fundação está viva e que, secretamente, ainda controla o destino de todos. A Trilogia da Fundação, obra máxima de Isaac Asimov, foi eleita, em 1966, a melhor série de ficção científica de fantasia de todos os tempos. Na década de 1980, o autor ampliou seu rico universo ficcional desdobrando sua saga em outros quatro volumes. 'Limites da Fundação', o primeiro deles, inaugura a nova fase da série. Fundação e Terra As dúvidas de Golan Trevize quanto ao bom andamento do plano milenar de Hari Seldon fizeram com que o Conselheiro partisse em uma jornada rumo aos limites da galáxia. Seu destino é o planeta que deu origem a todo o antigo Império, um lugar chamado Terra. Uma missão inglória, visto que todos os registros da existência desse lugar mítico parecem ter sido apagados. Com a ajuda do historiador Janov Pelorat e da intrigante Júbilo, o grupo vaga pelas estrelas tentando solucionar o mistério, que pode elucidar a origem da humanidade e da própria Fundação. A Trilogia da Fundação, obra máxima de Isaac Asimov, foi eleita, em 1966, a melhor série de ficção científica de fantasia de todos os tempos. Na década de 1980, o autor ampliou seu rico universo ficcional desdobrando sua saga em outros quatro volumes. Fundação e Terra é o segundo livro desta nova fase.
Resenha
Limites da Fundação
- O Mulo chamou atenção da Fundação para a Segunda Fundação, e por isso ela foi destruída na época de Arkady. Ou devo dizer quase destruída, Conselheiro?
Depois de acabar um livro vocês já sentiram
vontade de conhecer o autor, abraçar ele e agradecer pela oportunidade de ler
uma história incrível como a que ele escreveu? É assim que me sinto toda vez
que termino um dos livros da série Fundação. Vários
estudiosos de renome e até vencedores do prêmio Nobel já citaram a trilogia da
Fundação como uma obra de grande influência em seus trabalhos. A cada texto,
entendo melhor o porquê disso.
Limites da Fundação se passa 500
anos após a criação da Fundação. O enredo começa quando Golan Trevize, um dos
conselheiros de Terminus, passa a desconfiar abertamente da eficácia do Plano
Seldon (aquele criado através de análise da psico-história, voltado a reduzir o
tempo de ''barbárie'' da Galáxia após a queda do Império) e da sobrevivência da
Segunda Fundação, despertando a atenção da vários personagens importantes e
colocando-se sem querer como o centro de um dos melhores mistérios de toda a
série.
Era impossível dizer quantos recrutas da melhor
qualidade foram perdidos pela Segunda Fundação ao longo dos séculos. Não havia
como avaliar cada um dos quatrilhões de seres humanos que povoavam a Galáxia.
Ainda assim, era provável que nenhum deles fosse mais promissor do que Trevize,
e decerto nenhum poderia estar em uma posição mais delicada.
Diferentemente da trilogia principal (que tem
vários personagens importantes e saltos grandes de tempo entre uma história e
outra) Limites se foca em um único protagonista e um único
período de tempo. Mais uma vez Asimov nos conduz por uma história cheia de
mistério, ciência/ficção, um tanto de humor e muitas reflexões sociais e
políticas.
É incrível como ele consegue lançar mais camadas
e camadas de tramas, resolvendo uma e criando duas. Eu achei que já havia me
acostumado com a narrativa o suficiente para conseguir ter o insight do
final, mas como sempre o mestre da ficção científica me surpreende e me
proporciona uma grande experiência literária e até intelectual. Eu quero ser
como uma personagem de Asimov! :'(
Todas as personagens são muito complexas e bem
utilizadas. Nunca se engane: se foi apresentado, ele é importante. Cada
personalidade é diferente e cativante. Pela primeira vez eu consegui odiar uma
personagem do Asimov, mesmo adorando a participação dela na história. Dá pra
entender isso? xD Mais uma vez um prefeito inteligente - ainda que com um
vislumbre de Imperador - de Terminus. Mais um Orador admirável da Segunda
Fundação. Mais um brilhante indivíduo com o poder para mudar tudo e mais um
mistério muito bem apresentado e finalizado.
Eu simplesmente adoro ver como os livros dele se
conectam. Cada storyline é importante para o livro seguinte e vários -
especialmente a série da Fundação - citam os outros criando uma sensação de
livro único, sem nenhum cansaço.
A narrativa se mantém no mesmo ritmo que os
outros livros. Sempre coerente, fácil de entender apesar dos termos que ele usa
(e mais fácil ainda se você a trilogia), com elementos marcantes próprios do
mestre e bem rápida. Eu demorei um cadinho para ler, porque não queria acabar
logo :P
Enfim, Limites da Fundação é
continuação muito mais do que digna para a trilogia principal, que pode ser
lida até aquém dela.
Fundação e Terra
- Não compartilho de sua amável fé na razão humana, Pel - respondeu Júbilo. - Parece-me bastante concebível que, quando uma sociedade planetária consiste apenas de Isolados, preocupações locais e até individuais facilmente sobrepujariam preocupações planetárias.
Estou eu aqui mais uma vez para
me rasgar de elogios a esse gênio que é/foi Isaac Asimov e dizer que sou
completamente apaixonada pela saga da Fundação. Primeiro, um pequeno resumo.
Fundação e Terra termina exatamente
de onde Limites da Fundação parou. Depois do confronto
mental entre Gaia e as duas Fundações, Trevize está em dúvida quanto à sua
escolha para o futuro da galáxia. Uma vez que ele é um ser que tem
certezas sem precisar de muitas provas, ele simplesmente sabe que
precisa encontrar a Terra para entender o porquê de sua escolha. Pelorat e
Júbilo/Gaia decidem acompanhá-lo nessas jornada que os levará a planeta
''mitológicos'', não mapeados e a descobrir histórias que vão fazê-los repensar
seus conceitos sobre a humanidade e a psico-história de Hari Seldon.
Meu pai do céu! Fundação e Terra, até
mais do que Prelúdio à Fundação, me deixou num êxtase muito louco
de emoções. Primeiramente, fiquei bem enfadada com os primeiros capítulos nos
quais Trevize demonstra sua óbvia desconfiança contra sua própria escolha e
fica questionando Gaia/Júbilo a todo momento, promovendo discussõezinhas
bestas. Mas assim que comecei a notar a intenção disso minha experiência
melhorou. Fiquei nervosa, apreensiva, com expectativas, com raiva,
decepcionada, expectativas de novo, ri em alguns momentos, sorri de orelha a
orelha e quase jogo o livro na parede em outros.
Esse livro é o último da cronologia da Fundação e
como já passei pela maioria dos outros, além da trilogia de robôs, a
experiência de leitura aqui é magnífica. As referências aos outros livros de
Asimov, a visita aos outros planetas já tão conhecidos e queridos por mim (ok,
um nem tão querido assim) são simplesmente embriagadoras. É
realmente muito bom quando você consegue juntar uma história na outra e ver que
você consegue amar todas elas tanto assim quanto separadamente. É espantoso ver
a criatividade que esse homem tinha. Pegar um enredo inteligentíssimo, bem
desenvolvido, com tramas maravilhosas, jogar numa ficção científica, manter a
qualidade e ainda ser compreensível e interessante.
O tipo de narrativa se mantém a mesma que todos
os outros livros do autor, sempre tentando explicar ao máximos todos os
conceitos, explorando a psiqué dos personagens maestralmente, ainda que na
terceira pessoa. Sempre cortando aquelas partes necessárias para manter o
mistério e nos deixando roer as unhas de ansiedade. Eu tô com horários loucos
de estágios, mas levava esse livro pra todo canto e lia nas horas que dava. Acabei
lendo em apenas 4 dias, porque não dava para largar!
Eu vi aqui uma coisa que jamais poderia imaginar
com a leitura da trilogia principal. Foi arrebatador. Pela primeira vez eu
quase choro com a resolução da trama. Os diálogos, a interação entre os personagens...
cara, é tudo muito crível, tudo emocionante. Asimov descreve com perfeição os
problemas sociais atuais nessa sociedade futurística tão diferente, mas ainda
humana.
Sobre a edição: a qualidade é mantida e é do
mesmo jeito que as outras. Diagramação simples, achei apenas um erro de revisão
e a tradução tá incrível. Deve ter sido difícil traduzir as intenções de Asimov
com as diferenças linguísticas entre os povos de cada planeta e algumas
passagens sobre essas são perdidas porque já está tudo traduzido e tal, então
você não entende porque às vezes os personagens não se compreendem, ou seja,
aquelas coisas que ficam sem ter como serem passadas pro português mantendo a
intenção.
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